Obesidade:
Entenda por que estar acima do peso não é mera questão estética
Manter a forma não é só uma questão de estética. O excesso de peso está ligado às doenças cardiovasculares e a uma série de doenças silenciosas.
A obesidade é uma doença crônica e complexa, que se caracteriza principalmente pelo acúmulo excessivo de gordura corporal. Diferentemente do que muitos pensam, não é só a "preguiça" para se exercitar ou má alimentação. Além desses, pode haver fatores genéticos, hormonais, metabólicos e psicológicos contribuindo para o problema.
Juntos ou isoladamente, esses fatores podem interferir no balanço energético do organismo, ou seja, o saldo da quantidade de calorias ingeridas versus a energia consumida pelo corpo ao longo do dia. Basicamente, se o balanço energético é positivo (gastamos menos calorias do que ingerirmos), estocamos as calorias que não usamos em forma de gordura corporal, o que, em longo prazo, pode levar ao sobrepeso e à obesidade.
Quando esse acúmulo de gordura no organismo excede o nível normal, aumenta o risco de doenças como hipertensão arterial, aumento do colesterol e triglicérides, diabetes, apneia do sono, acúmulo de gordura no fígado, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e alguns tipos de câncer. Com tudo isso, tem mais doenças e são mais propensos a procurar médicos e a usar mais medicamentos.
As principais causas que podem fazer você engordar
As principais causas de obesidade são os hábitos alimentares errados aliados a pouca atividade física. Quando há grande ingestão de alimentos muito calóricos e pouco gasto calórico, existe o acúmulo de gordura.

Para manter o peso ideal é preciso que haja um equilíbrio entre a quantidade de calorias ingeridas e a energia gasta ao longo do dia. A substituição de alimentos saudáveis por ultraprocessados e industrializados sem a prática rotineira de exercícios físicos são as causas mais preocupante dessa epidemia.
Além disso, existem os fatores genéticos, em que uma pessoa pode herdar a disposição para obesidade, problemas nos quais o metabolismo fica mais lento e dificulta o emagrecimento, ou ter aumento de peso por conta das oscilações hormonais.
Também existe a influência de problemas psicológicos e ansiedade, quando o estresse ou as frustrações desencadeiam crises que fazem a pessoa comer aleatoriamente e em excesso para tentar compensá-los. Veja transtornos alimentares
Mesmo se você tiver um ou mais desses fatores de risco, isso não significa que você está destinado a se tornar obeso. Você pode neutralizar a maioria dos fatores de risco por meio de dieta, atividade física e exercícios e mudanças de comportamento.
Diagnóstico
Geralmente, a percepção do excesso de peso é feita pela própria pessoa, não requerendo exames. Para o diagnóstico em adultos, o parâmetro utilizado é o Índice de Massa corpórea (IMC), calculado através do peso dividido pela altura ao quadrado. O excesso de peso ocorre a partir do sobrepeso.

Quanto maior o índice, mais chances do paciente desenvolver diabetes, problemas cardiovasculares e nas articulações, hipertensão arterial e depressão, problemas diretamente ligados à pior qualidade de vida e menor longevidade.
Também existem outras formas de constatar o excesso de peso que agem em conjunto com o cálculo do IMC. São elas: cálculo da porcentagem de gordura e medir a circunferência abdominal.
Percentual de Gordura Corporal
Mulheres
Homens
45%
40%
35%
30%
25%
20%
15%
35%
30%
25%
20%
15%
12%
8%
As doenças de um corpo obeso
Confira o percentual de pessoas obesas com alguns problemas de saúde e outras condições associadas ao excesso de peso
Doenças associadas ao excesso de gordura
Além das roupas apertadas e o aumento do ponteiro na balança, o excesso de gordura corporal não provoca sinais e sintomas diretos, salvo quando atinge valores extremos. Episódios de apneia do sono, dificuldade para movimentar-se, cansaço frequente e distúrbios no ciclo menstrual nas mulheres são alguns indicadores da doença.
Tratamento
O tratamento engloba mudanças no estilo de vida, com uma dieta menos calórica aliada a um programa de exercícios físicos. Também pode ser feito o uso de medicamentos. Para os casos mais graves, pode ser recomendada também a cirurgia bariátrica.
O tratamento da obesidade tem várias frentes e a mudança do estilo de vida, com menor ingestão de calorias e aumento das atividades físicas, é a base do tratamento. Essa mudança não só provoca redução de peso e reversão da obesidade, como facilita a manutenção do quadro saudável. Não existe nenhum tratamento farmacológico em longo prazo que não envolva mudança de estilo de vida. Sem ela, dificilmente se atingirá uma perda de peso necessária para melhorar a saúde e, muito menos, essa perda será duradoura.
Por esse motivo, temos dois grandes obstáculos: perder o peso de forma consciente e trabalhar na manutenção do que foi eliminado. Não existe fórmula mágica capaz de garantir um emagrecimento rápido, efetivo e duradouro, pois estratégias bruscas, radicais e imediatistas dificilmente são mantidas por longo período. O caminho é estar disposto a enfrentar as mudanças que virão pela frente. Exige também foco total do paciente, que não pode se autossabotar e vai precisar se esforçar diariamente, mesmo após o processo de emagrecimento.
Não é só pela estética, o excesso de gordura faz mal ao corpo. Independentemente de qualquer diferença, devemos nos sentir bem como somos. Só não podemos esquecer que, quando o assunto é obesidade, estamos falando de uma alteração no organismo, uma doença que tem controle e se não for combatida pode levar à morte. Ninguém deve deixar de tratar alterações como o diabetes ou a hipertensão simplesmente por aceitá-los. Com a obesidade é exatamente a mesma coisa.